Geral se pergunta: e agora? Como será?
Não há um setor nesse mundo que não terá que se reinventar pra se adaptar ao tal “novo normal”. Benefícios pra uns, perdas pra outros, mudança pra todos.
O meu campo de interesse, as produções do múltiplo universo do audiovisual, vive momentos de muitas incertezas e especulações. Consta que a pandemia trouxe um aumento na procura de novidades em filmes e séries nos catálogos das plataformas de streaming, e isso se desdobrou na procura de novos conteúdos e projetos. Até aí, ótimo! Mercado aquecido, oportunidade pra todos, é só “cair dentro”. Mas como nem sempre há um pote de ouro na trilha do arco-íris, e nenhum trem chega ao destino quando sai dos trilhos, um novo desafio se desponta: como filmar?
Projetos que envolvem aglomerações com muitos figurantes e cenas de intimidade entre atores se tornaram um problema, principalmente para os que já estão em andamento de produção. Como faz agora? Horas rodadas podem se perder, se são de histórias cujas abordagens configuram um contexto do antigo normal. Não é nem uma questão de público, e sim do fazer mesmo. Uma filmagem, nos novos padrões consiste em limpezas e higienização dos cenários no mínimo a cada duas horas, quarentena de toda a equipe, exames médicos periódicos. Imagina o custo disso? As ricas produções internacionais pode isolar uma equipe para gravar uma nova temporada de zumbis, mas quanto à nós, brasileiros, com recursos escassos pra cultura, precisamos repensar o conteúdo dos nossos projetos. A solução de Bruno Mazzeo para a série Diário de um Confinado, da Globoplay é um exemplo de uma produção instantânea, com tema atual, para levar humor e reflexões ao espectador.
Eu, como roteirista, na luta para emplacar meus projetos, me tornei uma assídua ouvinte de lives de produção cinematográfica, para encontrar ali, gatilhos que iluminem minhas ideias pra se tornarem viáveis e exequíveis. Desejem-me sorte.