Dez motivos para morar na Islândia.
Os países nórdicos costumam ocupar as primeiras posições em rankings de educação, prosperidade, previdência social, lixo reciclado, etc. e já é lugar comum falar sobre a qualidade de vida neles. Com a Islândia não poderia ser diferente, há quem enumere muito mais motivos para morar aqui, eu achei dez – que são lugar comum, mas não exagero, acreditem. Vou listar dez motivos para morar na Islândia:
1. A Islândia não tem bicho
Isto não é maravilhoso?! Calma, estou falando dos assustadores, não há barata, nem pernilongo, nem peçonhentos. Tudo bem, de vez em quando aparecem umas moscas e um ou outro mosquitão inofensivo que só é feio, mas não incomoda realmente. Cupins, abelhas e aranhas também existem aqui, mas de um tamanho médio e suportável aos meus olhos, que cresceram com caranguejeiras… Não tenho medo de barata nem de cobra, mas dou graças a Deus de estar num lugar sem zika nem dengue, e tenho grande respeito e admiração por quem mora na Austrália, onde alguns bichos bem estranhos habitam as cidades com a maior naturalidade.
2. A melhor água do mundo
Eu bebo muita água e isso para mim já é motivo suficiente para ficar aqui. Os islandeses dizem ter a melhor água do mundo; concordo, é um fato incontestável! A água sai a 3,9°C da torneira, é de fonte, puríssima, e por ela se paga apenas uma taxa anual irrisória, pode-se gastar à vontade (não me julguem, eu sou econômica!). A água quente é aquecida com energia geotérmica ou vem direto dessas fontes termais; cheira a enxofre, mas é limpa e deixa a pele macia, eu praticamente não uso hidratante aqui, mesmo tomando banho quente todo dia.
3. Segurança pública
Este é óbvio para nós, brasileiros. A Islândia tem taxas de criminalidade baixas, a polícia não anda armada e pode-se sair na rua a qualquer hora sem os medos que temos em países e cidades maiores. Obviamente existem furtos, pedofilia, homicídios cometidos por doentes mentais, tráfico de drogas e estupro, também, entretanto, os registros de ocorrência são mínimos, e a Islândia faz jus ao título de “país mais pacífico do mundo” e a todos os clichês que ele propaga consigo.
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4. A natureza
A natureza na Islândia dispensa comentários, basta você colocar “Islândia natureza” no google imagens, que vai ter uma ideia do que há por aqui. A despeito do clima um pouco adverso e de vulcões ativos, é uma maravilha dispor de tanta beleza em um território tão pequeno. Dá para tirar férias num fim de semana prolongado e desfrutar de uma paz enorme, pois, mesmo com o crescimento do turismo, ainda se podem encontrar lugares praticamente intocados e viajar quilômetros sem ver uma casa na estrada, só geleiras, campos de lava jovem cobertos de musgo, rochas e solos de cores inimagináveis, rios limpíssimos, fontes de água quente, aurora boreal e sol da meia-noite…
5. Igualdade social
Apesar de não fazer parte geograficamente da península, culturalmente, a Islândia é considerada Escandinávia e tem muito em comum com a Dinamarca, Noruega e Suécia – e com a Finlândia também, que não é Escandinávia (veja aqui), porém tem praticamente o mesmo status da Islândia e das Ilhas Faroe; uma determinada “unidade cultural nórdica”, eu diria.
Nesses países, ostentação é uma palavra feia; um gari ou uma faxineira têm a mesma dignidade que um empresário ou um artista famoso. Os filhos de todos eles frequentam a mesma escola, a mesma piscina pública e acampam no mesmo camping no verão. Talvez eles fiquem em hotéis diferentes quando vão a Paris ou a Londres nas férias, mas ninguém se considera superior a ninguém porque ganha mais ou tem mais poder político, por exemplo. Políticos, aliás, são seres como quaisquer outros e não gozam de milhares de privilégios como os brasileiros.
O sistema de saúde é único e não existem médicos “particulares”. Para ninguém. Mas isso é tema para outro texto.
6. A comida
A comida? Mas não é estranha? Estou falando dos peixes de mar, de rio ou até mesmo de cativeiros limpíssimos; dos legumes e frutas produzidos em estufas sem agrotóxicos e da melhor carne de cordeiro do mundo. Derivados do leite de primeira qualidade. E de restaurantes que estão se especializando cada vez mais em pratos sofisticados e deliciosos. Alimentos produzidos na Islândia são caros, mas valem a pena, podemos confiar que são limpos e saudáveis.
7. Energia barata e sustentável
A maior parte da energia elétrica produzida na Islândia é geotérmica ou de hidrelétricas, ou seja, limpa e sustentável. E o melhor: energia elétrica é uma das poucas coisas que são relativamente baratas na Islândia, ou seja, aqui é frio, mas podemos nos aquecer muito bem com pouco dinheiro.
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8. Sociedade tolerante e aberta
A sociedade islandesa não é só “simples”, como mencionei acima, mas também tolerante e inclusiva. Portadores de necessidades especiais, LGBTTs, estrangeiros, ninguém é considerado diferente, há oportunidade para todo mundo. Piadinha politicamente incorreta, homofóbica ou misógina não é engraçada por aqui. A equipe islandesa para os jogos paralímpicos do Rio 2016 (cinco atletas) era um pouco menor que a equipe olímpica (sete atletas), na minha opinião, isso diz muito sobre uma sociedade.
9. Respeito à criança
Crianças são muito importantes e respeitadas na Islândia. A educação pública não é das melhores da Europa, mas, ainda assim, está entre as 30 melhores do mundo. Em qualquer museu ou biblioteca de Reykjavik, existe um cantinho para as crianças. Mesmo que você não tenha filhos, nem pretenda ter, nem goste de criança, você há de concordar que essa preocupação com os pequenos é a de formar cidadãos “de bem”, de investir num futuro bom.
10. Internet boa e rápida e acesso fácil a novas tecnologias
Assim que surge uma coisa tecnológica nova, como a TV por banda larga e a internet super rápida, a Islândia é uma das primeiras a implementar e espalhar a coisa. Todo mundo tem internet rápida na Islândia. Eu disse todo mundo. E é rápida de fato, você pode assistir a filmes no celular sem esperar horas carregando. Você acha que isso não é nada demais? Então dê uma olhada nos dados da China, do Brasil e de outros países com grande número de usuários. Ah, tá, não dá para comparar… Não dá mesmo, mas hoje, que ninguém consegue ficar sem internet e que a nossa vida funciona online, isso é já não é um bom motivo para morar aqui?